quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Três anos...

by James Figueiredo (detalhe)

Olá, pessoal!

Creeeeeeeeeeeeeedo...

Seis meses sem aparecer por aqui!

No texto de apresentação do meu blog eu escrevo: "Espero ter a disciplina...". Pois é, descobri que não tenho! :-)

Problemas no trabalho (dentro e fora do padrão), cara enfiada na tela do Ragnarök (que terá post sobre o assunto, em breve), sofá convidativo pra uma soneca e preguiça mesmo (confesso), me deixaram "fora do ar" por um bom tempo! Mas prometo (de novo) manter a casa em ordem por aqui! Fui acumulando algumas coisas, pensando sempre: "Isso vai pro blog". Chegou a hora de começar a publicar, não?

E vou começar com o assunto mais importante (pelo menos sob o meu ponto-de-vista).

No dia 17 de junho de 2008, eu e o Peixe completamos três anos de namoro. Pois é! Ao contrário do que dizia o time dos "narizes torcidos" (afinal, como namorar alguém que está a 1.100 km?), estamos administrando muito bem a distância, a saudade, a grana (ou a falta dela - Embratel e Gol agradecem a preferência), estamos aprendendo a lidar com as diferenças e a curtir cada vez mais as semelhanças.

Poderia ficar o dia todo aqui escrevendo sobre como esse cara me faz feliz; como eu me sinto bem ao saber que tenho ele ao meu lado, me apoiando; que o dia começa com uma perspectiva muito melhor ao ouvir a voz dele ao telefone e que o dia termina de uma maneira especial ao ouvi-lo dizer boa noite.

Mas resolvi fazer diferente...

Transcrevo um e-mail que eu enviei a ele em 06 de junho de 2005, ou seja, onze dias antes de nos conhecermos pessoalmente. Nessa época, já nos falávamos por telefone e MSN há aproximadamente vinte dias...

"Ah, James... "Um dia" eu escrevi – aqui pelos meandros da Internet – que, entre as muitas coisas que podem acontecer entre dois seres humanos, eu aguardava mesmo era uma "agradável surpresa"... Mas, sinceramente, não esperava tanto!

Ops! Um encontrão lá nos "meandros" e um "oi"... Aproximação tímida, a descoberta das primeiras afinidades, a descoberta das primeiras diferenças (mágicas também, por que não?), "horas e horas e horas" de conversa, troca de idéias, muita risada, um "chororô" de vez em quando... Conquistas... E pimba! Aqui estou eu, escrevendo pro "nenezão" o que sinto e quanto você é importante pra mim hoje... Você me faz pensar que as coisas em que eu acredito ainda são possíveis... Você me faz confiante, sereno e tranqüilo... Você me faz sentir coisas que eu achei que não sentiria mais... Você me faz feliz!

Resolvi – com você – deixar aquele discurso bobo do tipo "Poxa, Valdson, você já tem 38 anos e blá, blá, blá", e conferir essa história até o fim, por conta do ser humano especial que encontrei agora... Um cara que sabe ouvir, que sabe falar na intensidade certa mesmo as coisas mais duras, que se preocupa comigo, que torce por mim... E a única forma que eu vejo de retribuir tudo isso é não refrear o que sinto por você, só por conta de algumas "convenções"... Eu te adoro, cara! E a vontade que eu tenho é sair contando isso pra todo mundo, mesmo que você ficasse meio "esquentado" com tamanha propaganda, hehehe...

James, eu torço pelo seu sucesso, eu acredito em todo o seu potencial e garra... e não consigo olhar pra você sem ver um VENCEDOR, mesmo que às vezes você se mostre meio cansadinho e desanimado... Mas, até os mais bravos guerreiros precisam de um momento de parada, para reorganizar as suas vidas e continuar lutando... Esse é o momento de reorganizar, de mudar, de transmutar... e eu sei que você vai fazer isso da maneira mais sábia que puder... Você me enche de orgulho, sabia? Pelo que você é, simplesmente... E pelas muitas coisas que você ainda vai conquistar na sua vida.

Estou torcendo por você, por mim, por nós dois..."Sem expectativas"? Que nada! Todas as expectativas do universo! E que esse universo conspire a nosso favor, né? Afinal, merecemos! Te adoro muito, nenezão! Um beijaço!"


Aí está! :-)

Muita coisa aconteceu nesses três anos, mas o meu sentimento em relação a ele e ao que escrevi no dia 06 de junho de 2005 não mudaram em nada! Aliás, uma coisa mudou: eu não o "adoro" mais... eu AMO muito esse cara! :-)

Parabéns pelos nossos três anos, Peixe! E que venham mais trinta!

Abração a todos!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Caio Majado

Olá, pessoal!

Antes de qualquer coisa, vamos às apresentações...

Caio Majado é Designer e Ilustrador (dos bons), além de aficionado por Quadrinhos, daqueles que contagiam quem está por perto! O cara mostra que realmente ama o que faz... e isso, pelo menos pra mim, é fundamental para qualquer profissional.

Conheci o trabalho dele quando nos “esbarramos”, em 2007, lá na ABRA (Academia Brasileira de Arte), escola que nós dois hoje trabalhamos. Caio é professor nos cursos de Desenho e Quadrinhos das unidades Brooklin e Pinheiros.

Achei que já estava mais do que na hora de mostrar o trabalho do Caio lá na escola e o convidei para uma exposição, que ele topou prontamente! O resultado está aí: uma coletânea dos seus trabalhos mais recentes, incluindo alguns ainda inéditos. Enjoy it!

Quero aproveitar pra agradecer ao Caio pelo profissionalismo (sempre), pela atenção especial e pela escolha dos trabalhos que foram expostos. E principalmente pela paciência, pois nós dois tivemos que passar por um “stress” desnecessário (em situações diferentes pros dois) pra deixar a exposição pronta e da forma como queríamos. Depender da (des)organização de outras pessoas é realmente difícil! Mas acredito que o resultado foi muito positivo... e eu quero mais! :-)

Informação importante: o Caio tem pavor de baratas, como ele mesmo confessa lá no blog dele. Hehehe... Me senti menos “solitário”, pois achava que eu era o único a correr (muito) quando via o artrópode nojento! Coooooooooooorre... Argh!

Informação mais importante ainda: Caio Majado foi ganhador do prêmio HQ Mix de 2006 (entregue em julho de 2007) para a Categoria “Prozine”, com "A mosca no copo de vidro e outras histórias", da SM Editora. Nesse trabalho, ele fez a arte (junto com o Will) e os textos são de Eloyr Pacheco. Parabéns!

Para quem quiser conferir os trabalhos “in loco”, a exposição fica em cartaz ainda essa semana (até o dia 05 de abril), na ABRA – Brooklin (Av. Santo Amaro, 3454 – São Paulo).

Quem quiser conhecer mais do trabalho de Caio Majado, clique aqui.

É isso aí! Espero que vocês gostem!

Abração a todos!





















segunda-feira, 24 de março de 2008

Educação...


É isso aí! Eu estou vivo! :-)

Depois de um longo período ausente (e depois de alguns merecidos puxões de orelha), estou de volta! Janelas abertas, poeira espanada e pronto para voltar a escrever. E já volto reclamando!

Sou professor e sei como anda a educação (com “e” minúsculo mesmo) nesse país. Falta de ações sérias dos governos (Federal, Estadual e Municipal), um número cada vez mais reduzido de professores preparados, aliado a um grupo cada vez maior de professores que não está “nem aí” com a formação de seus alunos (e aqui já peço desculpas àqueles que realmente fazem seu trabalho com moralidade e competência), formam alunos que saem da escola sem os princípios fundamentais da Educação Básica (algo do tipo “saber as operações básicas da Matemática, escrever, ler e entender o que está lendo e escrevendo”).

Recebi do meu irmão um e-mail com o texto abaixo. Seria cômico se não fosse trágico, mas é essa a realidade da educação (com “e” minúsculo, de novo) no Brasil.

A intenção do texto é divertir. E até cumpre esse papel! Mas transcrevo-o aqui também como um sinal de alerta, para pensarmos o que estamos fazendo com essas crianças...

Um abração a todos!



Na semana passada eu comprei um produto que custou R$ 1,58. Dei à balconista R$ 2,00 e peguei na minha bolsa oito centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me dar R$ 0,50 centavos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.

Por que estou contando isso?

Porque me dei conta da evolução do ensino de Matemática desde 1950, que foi mais ou menos assim:

1. Ensino de matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:

(___) R$ 20,00

(___) R$ 40,00

(___) R$ 60,00

(___) R$ 80,00

(___) R$ 100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo?

(___) SIM_________(___) NÃO

6. Ensino de matemática em 2007:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo é de R$ 20,00. Se você souber ler, coloque um X ao lado do R$20,00.

(___) R$ 20,00

(___) R$ 40,00

(___) R$ 60,00

(___) R$ 100,00

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Cow Parade - São Paulo


Olá, pessoal!

A Cow Parade já "passeou" por várias cidades do mundo, como Nova York, Londres, Buenos Aires, Lisboa, Milão, Marselha, Las Vegas, Moscou, Paris e - no Brasil - já marcou presença em São Paulo (setembro a novembro de 2005), Belo Horizonte (junho a agosto de 2006) e Curitiba (outubro a dezembro de 2006).

Agora, a Cow Parade chegou ao Rio de Janeiro! As famosas vaquinhas em fibra de vidro (as "cowriocas", como estão sendo chamadas) estarão expostas de 03 de outubro a 26 de novembro/2007 em diversos pontos da Cidade Maravilhosa, no mesmo esquema das exposições anteriores em outras cidades.

Vendo algumas imagens da exposição no Rio de Janeiro, bateu uma saudade doida das "mimosas" daqui de Sampa! O colorido e o bom humor dos trabalhos conseguiram deixar a cidade menos cinza, o trânsito menos chato e a cidade mais alegre. Por isso, selecionei as minhas vaquinhas paulistanas preferidas pra postar aqui.

Fico devendo um post com as minhas "cowriocas" preferidas, mas em breve elas terão lugar nesse blog! Estou só esperando o "Site Oficial" tomar rumo e acertar uma série de falhas... :^(

NOTA 10: para a iniciativa do evento, que além de promover a arte no seu formato mais "urbano", através de intervenções no próprio espaço da cidade, ainda aproxima as pessoas de manifestações artísticas mais contemporâneas, levando a arte para fora das paredes de museus e galerias. Além disso, ao término de cada exposição, as vaquinhas são leiloadas e o dinheiro arrecadado é destinado para ações sociais. E isso é MUITO legal!

NOTA 0: para os vândalos que ainda insistem em depredar as obras. Apesar da baixa incidência no Rio de Janeiro (que até agora vem apresentando um dos menores índices de ocorrências), alguns trabalhos amanhecem pichados, danificados ou com partes integrantes da obra roubadas. Em São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba tivemos casos similares.

MAIS UMA NOTA 0: para o "Site Oficial" do evento. Desatualizado e com informações incorretas, infelizmente não é um bom local para buscar informações. Exemplos: o site ainda não disponibilizou o "slideshow" da exposição em Belo Horizonte; Curitiba não aparece na homepage e a exposição do Rio é apresentada como "projeto futuro". Tsc, tsc, tsc...

Aí vão as imagens... Espero que vocês gostem!

Abração a todos!


“A Rota da Vaca”
Artista: Luiz Hermano
Local: Estação do Metrô Tatuapé
Patrocínio: Toptrends


“A Vaca Classificada”
Artista: Lisias Paiva
Local: Av. Paulista, 901
Patrocínio: Listel / Publicar


“Acupuntura”
Artista: Rochelle Costi
Local: MUBE (Museu Brasileiro de Escultura)
Patrocínio: Toptrends

“Aerovaca”
Artista: Fabio Malx
Local: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705
Patrocínio: Lufthansa

“Au, Au, Au. Mu, Mu, Mu. Miau, Miau, Miau. Cocorocó.”
Artista: Thiago Lyra
Local: Parque do Ibirapuera
Patrocínio: Novartis

“Cowpetizione”
Artista: Ciro Cozzolino
Local: Parque do Ibirapuera (Próximo ao MAM)
Patrocínio: Pirelli

“Cowpirinha”
Artista: Pablo Menezes
Local: Terminal Rodoviário Tietê
Patrocínio: Eparema

“Cowrisa”
Artista: Thais Machado
Local: Av. Paulista, 1313
Patrocínio: Resprin


“Estou Correndo Porque”
Artista: Rui Amaral
Local: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232
Patrocínio: Nike


“O Avesso do Avesso”
Artista: Rico Lins
Local: Aeroporto de Congonhas
Patrocínio: Accenture


“Rupestre”
Artista: Hugo Perucci
Local: Pátio do Colégio
Patrocínio: Toptrends


”Street Dancer”
Artista: Eliane Góes
Local: Av. República do Líbano
Patrocínio: Semp Toshiba


“Transporte Coletivo”
Artista: Angeli
Local: Parque do Ibirapuera (Próximo à Praça da Paz)
Patrocínio: Toptrends

“Vaca Bandida”
Artista: Chico Coelho
Local: Av. Nove de Julho, 3841
Patrocínio: Grupo GP de Serviços


“Vaca Pererê”
Artista: Bruno Okada
Local: Parque Villa Lobos
Patrocínio: Toptrends


“Vaca Profana”
Artista: Lino Villaventura
Local: Aeroporto de Congonhas
Patrocínio: Malwee


“VolksWaca”
Artista: Marcello Serpa
Local: Av. Cidade Jardim, 350
Patrocínio: Volkswagen

domingo, 21 de outubro de 2007

Alvo Dumbledore

Olá, pessoal!

Podem falar mal dela à vontade e chamá-la de "usurpadora" aos gritos. Podem até não gostar do que ela escreve (afinal, ninguém é obrigado a gostar das mesmas coisas). Mas eu sou admirador confesso de J. K. Rowling (autora da série "Harry Potter").

E admiro o trabalho dela por três motivos principais:

- o primeiro motivo é o fato dela ter conseguido criar um universo único e rico em detalhes e informações a partir de arquétipos básicos e universais. Os fãs de "Os Livros da Magia" e "O Senhor dos Anéis" que me perdoem, mas na minha opinião, ela foi MUITO além das referências citadas como plágio.

- o segundo motivo é "Harry Potter" ter incentivado crianças e adolescentes a ler... ler muito! Fazer com que um livro de setecentas, oitocentas páginas seja "devorado" por um garoto do Ensino Fundamental não é tarefa das mais fáceis, acredite! Palavra de professor! E foi muito legal ver a molecada lendo com prazer. Nem preciso escrever sobre a importância da leitura para o enriquecimento do vocabulário e para o desenvolvimento da escrita, né?

- o terceiro motivo vem da capacidade que J. K. Rowling tem de me surpreender. Seja na forma como escreve, seja na elaboração das tramas... ou simplesmente na forma como ela encara o ser humano e algumas situações do nosso dia-a-dia.

E ela me surpreendeu mais uma vez...

Já havia algum tempo que os fãs de Harry Potter questionavam a orientação sexual de Alvo Dumbledore, o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Isso devido ao fato dele "nunca estar próximo de uma mulher e de ter um passado misterioso". Surgiram rumores na Internet, especulações e teorias (algumas, às vezes, as mais malucas possíveis). Rowling acabou com esses rumores na sexta-feira passada, dia 19/10/2007.

Ao ser questionada por um fã durante um evento no Carnegie Hall de Nova York, onde foi promover o sétimo e último livro da série, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", a escritora revelou que Dumbledore já havia encontrado o seu "verdadeiro amor”.

“Dumbledore é gay”, afirmou. Segundo ela, Dumbledore era apaixonado por seu adversário, Gellert Grindelwald, a quem tinha derrotado numa antiga batalha entre bruxos do bem e do mal. "O amor pode nos cegar", acrescentou Rowling, segundo quem Dumbledore tinha sofrido uma "terrível decepção" e seu amor por Grindelwald tinha sido para ele uma "grande tragédia".

Após a surpresa inicial causada pela revelação, a platéia começou a aplaudir e a escritora comentou: "Se eu soubesse que a notícia os faria tão felizes, teria dito antes".

Rowling contou ao público que enquanto trabalhava no projeto do sexto filme da série, "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", viu que o roteiro mencionava o interesse de Dumbledore por uma moça. A escritora decidiu então esclarecer as coisas e informou ao diretor do filme, David Yates, da condição gay do personagem.

Rowling disse que as revelações sobre o diretor da escola de Hogwarts devem piorar ainda mais a imagem de seu livro junto a grupos católicos, que já a acusam de promover a prática de bruxaria. Porém, a escritora disse que vê sua obra como "um argumento a favor da tolerância".

É isso aí! ;^)

Abração a todos!

domingo, 30 de setembro de 2007

"Perfume - A História de um Assassino"


Olá, pessoal!

Faz um tempão que não apresento um review por aqui, não é?

Portanto, aí vai! :^)

Quando entrei na locadora em busca de um filme para o final de semana, me deparei com “Perfume, a história de um assassino”. Confesso que julguei o filme pelo estojo e pela sinopse sucinta do verso e o levei para casa imaginando ser um daqueles filmes de mistério – quase um “Agatha Christie” – de um serial killer que usa o perfume para atrair suas vítimas. Me enganei feio!

O filme é uma adaptação do livro de Patrick Süskind (de mesmo título), dirigido pelo alemão Tom Tykwer (o mesmo diretor do filme “Corra, Lola, Corra”) e conta a história de Jean-Louis Grenouille (interpretado pelo ator inglês Ben Whishaw), que nasce em meio às tripas de peixe, embaixo de uma barraca imunda no Mercado de Paris e desde cedo revela uma extraordinária capacidade para distinguir e classificar os aromas.

Porém, esse mesmo personagem que ao sentir, identificar e fragmentar todos os odores ao seu redor, percebe que ele mesmo não tem cheiro nenhum. A partir daí, ele busca incessantemente construir um para si, uma identidade pessoal pelo olfato e que seja a síntese da vida. Dominado pela idéia de preservar os aromas humanos, ele assassina, sem escrúpulos, jovens mulheres cujo cheiro peculiar chama a sua atenção, buscando extrair de suas vítimas o “odor ideal”.

Você deve estar se perguntando: como um filme que trata de odores, aromas e do homem com o melhor olfato do mundo pode ser convincente? Pois é... o filme faz com que você perceba claramente a gama de cheiros de uma cidade européia (nesse caso, Paris) em pleno século XVIII. O Mercado de Peixes, os excrementos humanos jogados nas calçadas, os odores de um orfanato, o suor, o hálito, o cheiro do curtume, as fragrâncias da loja de perfumes... todas as cenas desse filme são viscerais a ponto de você efetivamente “sentir” esses odores.

A iluminação e a fotografia do filme criam um clima especial à trama, associado a cenários muito bem estruturados e a um figurino muito bom. Todos esses elementos completam a fórmula de um filme que me surpreendeu!

Resumão

Jean-Louis Grenouille nasce no Mercado de Paris, em 1738, em meio à sujeira e à podridão. Sua mãe é enforcada, acusada de infanticídio (ela havia largado o recém-nascido Grenouille aos berros para morrer embaixo de uma barraca de peixes). Enviado para um orfanato, ele descobre ter o dom de distinguir e classificar todos os odores que o rodeiam.

Na adolescência, Grenouille escapa do trabalho semi-escravo num curtume de Paris e inicia-se como aprendiz na perfumaria de Baldini (interpretado por Dustin Hoffman). Transforma-se rapidamente num gênio perfumista e é explorado de forma inescrupulosa pelo patrão.

O encontro com uma jovem de quem aspira um aroma nunca antes percebido se transforma numa busca da síntese da perfeição, do cheiro que queria exalar de seu próprio corpo. É aí que Grenouille transforma-se num assassino serial, buscando em suas vítimas o perfume vital.

A história entra num ritmo mais denso quando Grenouille conhece a bela Laura (interpretada por Rachel Hurd-Wood, a Wendy de “Peter Pan”). O assassino sente na jovem o que ele chama de “essência sobrenatural”. Mas ele decide deixá-la para “o final”, buscando outras essências antes dela.

Dessa forma, outros assassinatos acontecem e o pai de Laura, o nobre Antoine Richis (Alan Rickman), pressente que a vida de sua filha está também em grande perigo...

E a partir daí eu não posso contar mais nada...

Assistam, pois vale a pena!


Minha opinião: "EXCELENTE!"

Ótima pedida para quem gosta de filmes com qualidade.

Prepare a pipoca e os nervos...


Abração a todos!

Gêneros de Pintura: Auto-Retrato


Olá, pessoal!

Continuando a falar sobre Gêneros de Pintura (depois de Natureza-Morta), hoje vamos ver um pouquinho da trajetória do Auto-Retrato, um dos meus gêneros preferidos.

Numa explicação bem objetiva, Auto-Retrato é uma forma de pintura onde o modelo retratado é o próprio artista. E é um gênero bastante difundido no campo das Artes Plásticas.

Talvez porque o ser humano sempre foi "chegado" em retratar a sua própria imagem. Principalmente a partir do Renascimento, quando o Homem passa a ser o "Centro do Universo", momento em que os artistas utilizam o Retrato (que veremos em breve) para o registro de pessoas e famílias nobres e burguesas e o Auto-Retrato, que servia, entre outras coisas, para deixar a própria imagem do artista eternizada, além de expressar o que sentiam, suas emoções e pensamentos.

Mas, reparem que eu escrevi "principalmente a partir do Renascimento" e não exclusivamente a partir daí. Isso porque encontramos o Auto-Retrato (ou versões similares) em períodos anteriores ao Renascimento... beeeeeeeem anteriores.

Desde a Pré-História, homens e mulheres colocavam suas mãos sobre as paredes das cavernas e sopravam sobre elas pós coloridos e pigmentos à base de gordura e sangue animal. A real função de pinturas desse tipo ainda é bastante discutida pelos estudiosos, mas podemos afirmar com certeza que a noção de "auto-imagem", a partir desse momento, estava firmada para sempre.

Depois disso, no Egito Antigo, o artista Ni-Ankh-Ptah teria deixado sua fisionomia gravada num monumento projetado por ele. Na Grécia Clássica, o escultor grego Fídias - no século V a.C. - deixou sua imagem registrada numa das esculturas do Partenon, em Atenas. Esses são dois exemplos ilustrativos, pois há outros casos no decorrer da Antigüidade e da Idade Média.

Voltando ao Renascimento, Albert Dürer foi o primeiro artista desse período a pintar Auto-Retratos. A partir daí, os artistas passam a produzir esse tipo de pintura com freqüência cada vez maior, chegando - durante o século XVII - à obsessão de Rembrandt, que pintou quase uma centena deles. Elisabeth Vigée Le Brun (a pintora preferida de Maria Antonieta), entre os séculos XVIII e XIX, produziu também uma quantidade considerável de Auto-Retratos.

Mais recentemente, no século XX, dificilmente encontra-se um artista, renomado ou não, que não tenha procurado produzir o seu. No momento, o Auto-Retrato continua sendo um gênero recorrente na produção de artistas contemporâneos. Vale a pena buscar na Internet por esses artistas e conferir o que eles estão produzindo dentro dessa temática.

Curiosidade: na pintura brasileira, Eliseu Visconti (autor da obra no topo desse texto, datada de 1938) certamente foi um dos artistas que mais se auto-retrataram. Calcula-se que ele tenha executado cerca de quarenta Auto-Retratos, representativos das diversas fases de sua carreira artística.

Abaixo, selecionei alguns exemplos de Auto-Retratos que acho bastante significativos. A escolha dessas imagens, dentro de tantas opções disponíveis, seguiu dois critérios principais: a) estão nessa lista imagens das quais gosto bastante; b) procurei "ilustrar" o texto com trabalhos de alguns artistas citados nele.

Além disso, quis também oferecer uma certa "variação" no que diz respeito aos pintores. Com exceção de Van Gogh e Picasso (que já tinham aparecido com trabalhos em "Natureza-Morta") os outros artistas são "novinhos em folha"! :^)

Espero que vocês gostem!

Um abração a todos!

Mão em Negativo - Peche Merle - França (Período Paleolítico)


Albert Dürer (1500)


Rafael Sanzio (1506)


Leonardo da Vinci (1515)


Rembrandt Van Rijn (1629)


Peter Paul Rubens (1638)


Elisabeth Vigée Le Brun (1782)


Eugène Delacroix (c. 1837)


Vincent Van Gogh (1888)


Paul Gauguin (1893)


Pablo Picasso (1907)


Amedeo Modigliani (1919)


Anita Malfatti (1922)


Tarsila do Amaral (1923)


M. C. Escher (1935)


Frida Kahlo (1940)


Salvador Dali (1941)


Andy Warhol (1967)