quinta-feira, 26 de julho de 2007

"Atlantis"


Olá, pessoal!

Ganhei o livro "Atlantis" (David Gibbins - Editora Planeta - 2006) do meu irmão (presente de aniversário desse ano), porque ele sabe que eu me amarro em histórias desse gênero. Como exemplo, posso dizer que devorei "O Código da Vinci" e "Anjos e Demônios" (ambos do escritor Dan Brown), entre outros nesse estilão.

Antes de iniciar a leitura desse livro, dei uma "sapeada" em alguns comentários sobre ele na Internet. Vejam que interessante: os sites do Submarino, das Lojas Americanas e da Siciliano (entre outros) apresentam exatamente a mesma sinopse, o que nos leva a duas possíveis conclusões: a) uma sinopse inicial foi "chupada" e aproveitada pelos outros sites; b) uma sinopse (sempre permeada de elogios e frases de efeito) é enviada pela Editora para todos os revendedores (uma prática, aliás, usada com excesso pelas Assessorias de Imprensa em publicações na Internet), o que não nos deixa muito confiantes, pois, claro, a editora não vai detonar seus próprios produtos, certo? Não há resenha ou crítica nesses sites, exceto as dos próprios leitores. Claro, estamos falando de "business, my friend"...

Apesar dessas observações, o que li na(s) sinopse(s) e também nas orelhas do livro me deixou bastante entusiasmado. Transcrevi alguns trechos dignos de nota:

"Atlantis reacende o fascínio pelo mito da Atlântida."

"David Gibbins é o Dan Brown das profundezas."

"Uma narrativa atual, dinâmica e repleta de fatos reais e aventura!"

"Um dos maiores mistérios da História finalmente revelado."
Foi com tremenda expectativa que comecei a lê-lo... Ai, ai, ai...

David Gibbins quer muito ser Dan Brown (ou pelo menos a Editora Planeta o vende como tal), mas está longe disso. A narrativa é cansativa, repleta de detalhes técnicos desnecessários e por mais que ele se esforce para descrever situações e ambientes, essa descrição sai "truncada". Por exemplo: quando o arqueólogo Jack Howard (personagem central da história) saca uma arma para defender-se dos "soviéticos malvados" no interior de um submarino nuclear a ponto de explodir, o autor pára a narrativa e inicia uma longa e cansativa descrição da arma (seu calibre, formato, cor, distância alcançada pelo projétil, utilização em guerras civis, histórico da arma, etc.). Ou seja, quando essa descrição acaba, você nem lembra mais o que estava acontecendo... O mesmo acontece com todos os outros artefatos mecânicos e eletrônicos, incluindo escavadeiras, helicópteros, carros, tratores e computadores. Chato meeeeesmo!

O que o livro tem de bacana?

- A hipótese criada para o nascimento, desenvolvimento e fim da Atlândida é fundamentada em pesquisas arqueológicas, geológicas e documentais, o que torna essa hipótese mais verossímil.

- As personagens femininas têm um pouquinho mais de força na narrativa, não assumindo somente o papel de "mocinhas que caem do salto na hora da fuga."

O que o livro tem de ruim?

- A história perde seu ritmo por conta do excesso de detalhamento (que eu já comentei anteriormente).

- O esquema "mocinhos bonzinhos do Ocidente" versus "homens malvados do Oriente" poderia até funcionar durante a Guerra Fria, mas em pleno século XXI fica muito "démodé".

- Em vários trechos do livro (vários mesmo) os personagens têm "conversas didáticas" demais: oras, se todos conhecem o assunto em questão, para que ficar explicando-o uns aos outros? Se o leigo leitor precisa daquelas explicações ou se elas são fundamentais para o entendimento da história, mude-se a narrativa, não é? ;^)

Resumão

Enquanto mergulhava em busca de um naufrágio do tempo de Homero, no Mediterrâneo, o arqueólogo marinho Jack Howard e sua equipe descobriram o que poderia ser a chave para a localização da cidade perdida de Atlântida. Paralelamente, escavações arqueológicas no Egito vêm de encontro às descobertas de Howard, fazendo com que o grupo aumente e que todos saiam em busca daquilo que muitos haviam tentado encontrar durante muitos milhares de anos.

Mas alguém mais ficou sabendo da localização da Atlântida: "piratas modernos", mercenários e terroristas armados até os dentes entram em cena, para, literalmente, tentar afundar com os planos de Jack Howard.

A partir daí, a história se desenrola numa tentativa desses grupos em chegar primeiro aos lugares "certos"...


Minha opinião: "REGULAR!"

Valem as informações históricas e o "clima de aventura" no geral,
mas leia sem muitas expectativas...

Abração a todos!

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